É sabido que os anos 2000 foram capazes de muitas coisas. Britney de vestido de noiva no shopping. O ratinho Stuart Little. O terrível fim de Sandy&Junior. A incrível banda Vagabanda. Falta espaço para descrever um mundo tão mágico e inesperado. E, nesse contexto, um certo chinelo surgiu se tornando moda entre a garotada. Ele deixava pegadas em superfícies moldáveis, como areia ou terra molhada com os dizeres Quem me ama me segue.
Marina, minha prima e frequente personagem da Folhinha de abacate, adquiriu um exemplar do chinelo que ostentava com orgulho apesar das críticas recebidas por alguns amigos mais descolados. Em certa altura, o chinelo ganhou uma linda homenagem no site Orkut, algo que garantia grande status naquela época, através da comunidade: Eu amo o chinelo da Marina, criada por nosso amigo Alan Blair (beijo, Alan, amo você!).
A frase era marcante e passou a habitar nosso imaginário. Mesmo anos depois, quando uma boa oportunidade surgia, era possível ouvir algum de nós bradando Quem me ama me segue! a plenos pulmões. Se tornou nosso Independência ou morte. Ou nosso Sai da frente que eu tô passando. Nosso bordão meio piada interna meio não sei o quê.
Um dia, em meados de 2008, na saída da Casa de Shows Linguiça no Pão (boate leopoldinense de grande fama e belo nome), eu e minha amiga Valentine saímos pelas calçadas gritando aos transeuntes com espantosa alegria: QUEM ME AMA ME SEGUE! Foi então que, do outro lado da rua, nosso colega Augusto, que se encontrava descansando no meio fio, me indagou: "Seguir aonde? No Twitter?".
Nesse momento, tudo mudou. Ao chegar em casa, como era comum naquela época, entrei na rede social twitter para atualizar meus 45 seguidores sobre a incrível noite de balada no interior de Minas Gerais em uma casa de shows que já foi restaurante e manteve o mesmo nome. Porém, aproveitei aquele momento para transformar minha persona online, modificando meu @ no Twitter, inspirada pelo questionamento de Augusto, e foi assim que me tornei quem sou até hoje: a @qmmeamamesegue.
Pode parecer presunção, mas o nome veio a calhar. Tenho mesmo um número estrondoso de amigos que me seguem em muitas empreitadas, gincanas, viagens, teatros, apresentações, fofocas, jogos, distribuição de brindes e, claro, aniversários. Pelo menos posso garantir que sigo de volta.
E hoje, nessa Folhinha de abacate comemorativa de 2 anos de crônicas e 32 anos de Alice, resolvi narrar a história dessa frase meio leonina para assim contar também sobre tanta gente que me faz ser quem eu sou, de formas diversas e incríveis, em um clima bem mistério do planeta seguindo a lei natural dos encontros e deixando e recebendo um tanto no passado, presente, particípio e em mais um dia 9 de agosto, quando eu celebro quem eu sou e quem é junto comigo. E, como era de se esperar, nessa celebração, quem me ama me segue.
Na foto: eu com um exemplar do magnífico chinelo que ganhei da Marina no ano passado.
Eu te sigo, logo eu te amo. Muito.
Parabéns e vida longa pra Alice e pra Folhinha de Abacate. Que continuemos seguindo a ambas com amor.