Nos últimos dias, mundo irreais estão nos meus pensamentos. Exibi O Show de Truman para a turma do oitavo ano em que dou aula. Meus alunos vibraram nas carteiras ao ver Truman escolher passar pela porta, sair do estúdio onde vivia uma falsa vida perfeita, para mergulhar nos mistérios do mundo real. Dentro do show de Truman tudo era tranquilo e seguro, mas nada era verdadeiro, apenas o próprio Truman.
Com Barbie, a história é diferente, mas a boneca mais famosa do mundo também questiona o mundo perfeito ao seu redor e vai até o mundo real descobrir o que existe além.
A sensação deve ser como quando ficamos conscientes de que estamos sonhando durante o sonho. Algumas vezes, queremos acordar logo, voltar para a realidade. Em outras, ficamos felizes de poder aproveitar a fantasia um pouquinho mais. Tudo nos leva a acreditar que se o mundo de Truman e de Barbie fosse mesmo à prova de críticas, eles continuariam por lá, sem desconfiar de um pedaço de estúdio caído no meio da rua ou de pensamentos macabros. Mas os mundos perfeitos não são à prova de falhas.
Quanto ao mundo real, nem preciso preciso perder linhas tecendo críticas, já estamos cansados de saber que por aqui a coisa não vai bem. Seria bom poder dizer que pelo menos é tudo verdadeiro, mas nem nisso dá pra confiar. Se a gente descobrisse que tem um outro mundo atrás de alguma porta, tenho certeza que ninguém hesitaria em dar uma espiada. Com certeza passar umas férias na Barbielândia não seria nada mal.
No fim, Barbie e Truman não tinham escolha. Já sabiam a verdade, ou já tinham descoberto a mentira e não era possível voltar atrás. Seja para o nosso entretenimento ou para o entretenimento deles próprios, era preciso atravessar a porta e seguir a estrada.
Nos mundos reais ou imaginários, nos embrenhamos na mesma aventura desafiadora e esquisita, às vezes dramática, surpreendente, triste ou divertida, que é encontrar a verdade sobre nós mesmos e a nossa realidade no meio dessa confusão toda.
Folhinha de abacate excepcionalmente em uma terça-feira porque estou de férias e sem saber quando a semana acaba e termina.